Notas Avulsas

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Mudança de domicílio

Fiz um bom picadinho hoje à noite.

Todos os táxis chegaram em menos de 10 minutos.

Tossi menos que o habitual.

O frio lá fora diminuiu um certo tanto.

E mesmo assim encaro entrevado a perspectiva da mudança inevitável (de domicílio) que há de suceder ao longo dos próximos 4 ou 5 dias.

Não entrarei em explicações nem de causas, menos ainda de efeitos, defeitos.

E vejam bem: a distância geográfica da mudança não soma mais do que 800 metros.

Laterais.

Mas é a refamiliarização de toda a tralha que venho acumulando ao longo dos 8 anos que venho vivendo nesse mesmo lugar que mais me desconcerta. Quero jogar a metade fora. Pensar bem sobre a outra metade, e também jogar metade dela fora. E pegar aquela metade da metade da metade e fazer a mesma coisa.

Chegar no novo apê com o quê? Uma escova de dentes, o essencial da cozinha, fotos da mamãe na Índia, papai em Paris, o futon sobre qual venho dormindo há oito anos, alguns quadros, rastros de roupa, papéis avulsos, não essa mesa e sim a outra (mais leve), a ânfora do meio do mar Egeu e toda a livralhada da qual ainda não me livrei de todo, em sã conciência, à boa biblioteca municipal daqui de Arlington.

A preguiça, velha amiga, me devora.

E a pressa e a pressão dos deveres do mundo ainda me aniquilam.

Mas amanhã já será novo dia.

Novas contas.

E o picadinho vai ficar ainda mais gostoso.