Rima Esquecida
A cachola batendo três vezes na luminária
Ao sentar, ao levantar
na pura distração do movimento
é sempre o POK do metal
que bate contra o cocoruto
nesta casa onde ainda sou estranho.
Aprendo, como aquilo também haverá de aprender,
na convivência de espaços cerrados
que pertencem a outras instâncias
e não às minhas, que, fora este discurso,
a rigor não existem.
POK
de novo, o fomento keynesiano
fazendo vibrar a arquitetura deste apartmento
no momento quando saio dele pra comprar aspirina.
**
Meu amor:
voltei agora a pé das compras
caminhando com rimas que já esqueci:
saídas, partidas, devidas no final,
no final a tua vida
ou a minha
que na promiscuidade do meu caminhar
eram coisas cuja diferença
e a importância que se atribui a elas
simplesmente deixaram de existir.
**
Sento e me levanto agora
com o vagar com o qual me disponho
a evitar essa luminária
que bate no coco,
minha cabeça um toco,
resto de organismo, de
quatro patas, pelo, e pouco
mais do que isso
e como louco
batendo a cabeça contra objetos
suspensos no ar que nem sequer premeditei
penso, novamente, apenas em você.
A cachola batendo três vezes na luminária
Ao sentar, ao levantar
na pura distração do movimento
é sempre o POK do metal
que bate contra o cocoruto
nesta casa onde ainda sou estranho.
Aprendo, como aquilo também haverá de aprender,
na convivência de espaços cerrados
que pertencem a outras instâncias
e não às minhas, que, fora este discurso,
a rigor não existem.
POK
de novo, o fomento keynesiano
fazendo vibrar a arquitetura deste apartmento
no momento quando saio dele pra comprar aspirina.
**
Meu amor:
voltei agora a pé das compras
caminhando com rimas que já esqueci:
saídas, partidas, devidas no final,
no final a tua vida
ou a minha
que na promiscuidade do meu caminhar
eram coisas cuja diferença
e a importância que se atribui a elas
simplesmente deixaram de existir.
**
Sento e me levanto agora
com o vagar com o qual me disponho
a evitar essa luminária
que bate no coco,
minha cabeça um toco,
resto de organismo, de
quatro patas, pelo, e pouco
mais do que isso
e como louco
batendo a cabeça contra objetos
suspensos no ar que nem sequer premeditei
penso, novamente, apenas em você.
3 Comments:
foi pra mim né....ja ta batendo a cabeca..é..vai doer mesmo, não se iluda. beijos
By Bebel, at 18/11/06 14:54
OI Amigo, ja pensou em escrever um livro de poesias?
Escreve muito bem.
By Iara Alencar, at 21/11/06 16:51
PARA O AMIGO BALLA:
Fernando Pessoa
Cancioneiro
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
By Iara Alencar, at 21/11/06 17:06
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