für Márcia
Não há frase final
Nem inicial.
Quando eu penso no meio da coisa. O meio do jogo. O meio do bife. O meio do filme.
O meio de campo geralmente embolado.
O meio da receita de bobó de camarão quando já cozinhei todas as mandiocas e fiz o creme ao ponto com leite de coco na proporção ainda mais exata que o que mandava a proporção.
O meio tempo. O intervalo que as regras estabelecem entre o primeiro, quando meu time perdia, e o segundo, quando perderia por muito mais.
O meio da vida? Bela aritmética: eu que já bordo os 48. Chegar aos 96? Nem hoje nem na semana que vem.
O meio da frase, o ponto mais frágil da enunciação, e onde mais me irrita ser interrompido.
O meio da caminhada, o meio da praia, o meio do dia. A possibilidade ainda de voltar pra uma das pontas mesmo que seja de táxi.
A largura do tempo, seu meio infindável.
A curteza da minha felicidade com as mulheres que mais amei. O meio daquilo. Um lugar no Leme que nem se chamava Fiorentina.
O meio da quilometragem daqui até Hamburgo, no meio de brasileiras metidas em Londres, seus maridos, suas manhas, como se tudo fosse saco de bater o meio de sua frustração.
O meio do vôo. O meio do medo. O meio do gozo.
O meio de algum lugar onde alguém ainda quer te matar.
O meio do nada, onde agora respiro pausadamente.
Esse meio onde agora percebo em cheio
O meio de tudo, de todas as horas, e tudo de te amar
De novo, de um tudo.
O meio do slogan.
Do meio do middle of nowhere.
No meio da frase.
Do meio do mundo.
O meio de te amar.
Não há frase final
Nem inicial.
Quando eu penso no meio da coisa. O meio do jogo. O meio do bife. O meio do filme.
O meio de campo geralmente embolado.
O meio da receita de bobó de camarão quando já cozinhei todas as mandiocas e fiz o creme ao ponto com leite de coco na proporção ainda mais exata que o que mandava a proporção.
O meio tempo. O intervalo que as regras estabelecem entre o primeiro, quando meu time perdia, e o segundo, quando perderia por muito mais.
O meio da vida? Bela aritmética: eu que já bordo os 48. Chegar aos 96? Nem hoje nem na semana que vem.
O meio da frase, o ponto mais frágil da enunciação, e onde mais me irrita ser interrompido.
O meio da caminhada, o meio da praia, o meio do dia. A possibilidade ainda de voltar pra uma das pontas mesmo que seja de táxi.
A largura do tempo, seu meio infindável.
A curteza da minha felicidade com as mulheres que mais amei. O meio daquilo. Um lugar no Leme que nem se chamava Fiorentina.
O meio da quilometragem daqui até Hamburgo, no meio de brasileiras metidas em Londres, seus maridos, suas manhas, como se tudo fosse saco de bater o meio de sua frustração.
O meio do vôo. O meio do medo. O meio do gozo.
O meio de algum lugar onde alguém ainda quer te matar.
O meio do nada, onde agora respiro pausadamente.
Esse meio onde agora percebo em cheio
O meio de tudo, de todas as horas, e tudo de te amar
De novo, de um tudo.
O meio do slogan.
Do meio do middle of nowhere.
No meio da frase.
Do meio do mundo.
O meio de te amar.
9 Comments:
:
Primeirão.
2:43 da matina.
Iara dançou nessa!
By Chico da Kombi, at 9/8/06 01:47
Ô Hélio Solar.
Vamu ligar pra Iara. Marcar um esquema com ela.
Hei de desvendar um meio pra que ela saiba quando vem e post e, portanto, seja a primeira a comentar.
Mas, enquanto isso, nas horas vagas ela tem mais é que vir pra barraquinha do acarajé da Dinda no Rio Vermelho...
By cjb, at 9/8/06 01:53
Olha, eu sou véinho, e entendo do ridículo, mas nunca vi a Regina Duarte tão gostosa como agora. Ganha de 10 da Ana Paula.
By cjb, at 9/8/06 02:00
Oi meus fofos e queridos.
Balla..a Regina Duarte esta muito sem graça.
É duro ser a primeira..vou ter que passar meu numero pra voces me darem as dicas!
By Iara Alencar, at 9/8/06 08:10
Texto profundo...
Voce esta com crise existencial com quase 48 anos seu Balla?!?
Agora pensa: Voce muito bem acompanhado, um vinho,uma saladinha, uma boa musica sertaneja hehhee, um grelhado..
Aí..no meio do vamos-ver-que-dá, bem no meio! nao rola!pimba..
Ai naodá ne filho!?
Beijs.
By Iara Alencar, at 9/8/06 08:30
Iara, pra teu governo: se lá chegar, estou certo que terei crise existencial aos 102, o dobro do que tenho hoje.
:o)
E com relação às crises tidas como tais, via de regra (perdão, Paulo Francis, eu sei que é outra coisa) prefiro a solidão, ou melhor, dois ou três bons livros, duas taças de vinho, duas garrafinhas 600 ml de Diet Pepsi.
Melhor que isso, só dois disso.
By Emerson, at 9/8/06 11:10
Emersom!! até tu aqui!?
Legal...
Este negocio de livro, vinho nao rola nao.
Prefiro rir a beça com um amigo.
Sei lá ir pra fazenda e andar de cavalo, jumneto, burro, egua qualquer coisa.
Mas crises com 100 anos é dose...
By Iara Alencar, at 9/8/06 14:03
Crise? Que crise? Repensando Dante? Mais surto, com certeza, do que crise!
By cjb, at 10/8/06 20:14
nel' mezzo del' camin...
By cjb, at 22/8/06 03:46
Postar um comentário
<< Home