Sábado?
A copa acabou. A novela acabou. Acabou o cigarro. E a cerveja tá morna.
Ontem foi aniversário do meu sobrinho, Young R*b*rt. Nascido no dia da Bastilha, quatorze de juillet. Não em 1789 e sim em 1995. Meu sobrinho, digo, que ainda é tarado em dinossauro.
Há quase um mês a minha melhor amiga fez anos. Hoje à noite tem festa na casa dela, nominalmente em comemoração da data. Daqui a 6 semanas também terei o meu aniversário. Por que não combinar tudo, já que tudo é pretexto para essa promessa de renovação com a qual enxovalhamos nossos calendários afetivos em fins de semana de verão?
Mas é pouca filosofia para uma manhã de sábado. O mundo dá voltas, e mesmo que seu coeficiente gravitacional mantenha-se constante ao longo de toda a infindável história de sua existência, um dia o petróleo há de se acabar. Um meteóro haverá de colidir com esse planeta antes mesmo que os chatos da festa resolvam detonar tudo por meios artificiais.
Tudo tão eterno, tudo tão transitório. Uma viagem ao Rio de Washington ainda leva uma noite inteira. E a amplitude dos espaços – coisa que não existe dentro daquele avião -- ainda me apavora.
Vou à tabacaria – e mal consigo fazer isso sem pensar em Fernando Pessoa, sem temer que os leitores me achem um plagiário – apenas para comprar o cigarro.
Volto da rua, do mundo, com a lembrança de que hoje, naquele momento exato, alguém estava fazendo um churrasco. O aroma inconfundível flutuava no ar. E aqui no meu bairro não tem nenhum crematório.
Pessoas reunidas. Em volta do fogo. Assando uma carne. Um aniversário. Parabens à você.
Somos nós, hoje, os respirantes da trégua, onde quer que ela exista.
Agradeço.
A copa acabou. A novela acabou. Acabou o cigarro. E a cerveja tá morna.
Ontem foi aniversário do meu sobrinho, Young R*b*rt. Nascido no dia da Bastilha, quatorze de juillet. Não em 1789 e sim em 1995. Meu sobrinho, digo, que ainda é tarado em dinossauro.
Há quase um mês a minha melhor amiga fez anos. Hoje à noite tem festa na casa dela, nominalmente em comemoração da data. Daqui a 6 semanas também terei o meu aniversário. Por que não combinar tudo, já que tudo é pretexto para essa promessa de renovação com a qual enxovalhamos nossos calendários afetivos em fins de semana de verão?
Mas é pouca filosofia para uma manhã de sábado. O mundo dá voltas, e mesmo que seu coeficiente gravitacional mantenha-se constante ao longo de toda a infindável história de sua existência, um dia o petróleo há de se acabar. Um meteóro haverá de colidir com esse planeta antes mesmo que os chatos da festa resolvam detonar tudo por meios artificiais.
Tudo tão eterno, tudo tão transitório. Uma viagem ao Rio de Washington ainda leva uma noite inteira. E a amplitude dos espaços – coisa que não existe dentro daquele avião -- ainda me apavora.
Vou à tabacaria – e mal consigo fazer isso sem pensar em Fernando Pessoa, sem temer que os leitores me achem um plagiário – apenas para comprar o cigarro.
Volto da rua, do mundo, com a lembrança de que hoje, naquele momento exato, alguém estava fazendo um churrasco. O aroma inconfundível flutuava no ar. E aqui no meu bairro não tem nenhum crematório.
Pessoas reunidas. Em volta do fogo. Assando uma carne. Um aniversário. Parabens à você.
Somos nós, hoje, os respirantes da trégua, onde quer que ela exista.
Agradeço.