Eu não entendo nada de futebol

Eu não entendo nada de futebol
Nem de ninguém nem de nada no mundo
Não entendo desse jogo de bola
De marmanjos uniformizados correndo
O tempo inteiro organizados de acordo
Com um esquema tático que nunca
Condissesse com o meu espírito mais íntimo
De anarquista rachante da ponta anárquica
Do anarquismo
Onde só sobrava eu e mais os escritores
Que eu tive o destemor de idolatrar.

Eu não entendo nada de futebol.
Nem de vida, nem de morte
Nem de desentender de quem quisesesse discutir
A razão de qualquer coisa
Ou quem ousasse me ligar no celular
Depois das sete horas da tarde
Depois do crepúsculo dos deuses
Quando já for tarde demais e você
Ousar me telefonar depois de oito anos
Como se eu fosse aquele mesmo que jogasse
Sempre no mesmo 5-5-0 apostando
No teu empate.

Eh Calorzão Fia da Puta

Quarenta graus? Hoje pode ter sido. América do Norte é um continente de variações selvagens.

Não é à toa que existam tantos bipolares por aqui.

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Bebel, deus a tenha, me acolheu depois do trabalho. A viagem de metrô brevíssima de um lugar ao outro, dez minutos de meio aperto entre duas negras espetáculares cujo anônimato hei de guardar para sempre. Eu lendo meu livro. Elas nem aí.

Pela beleza.

A gente se acostuma sempre, o tempo inteiro, a ver gente feia, gorda, magra (tá legal: gente gorda e feia) que começa a perder noção de quem é bonito e bonita, de quem viaja deixando marcas, de quem era desejável naquele churrasco de três semanas atrás (quatro?) quando o Brasil empatava com a Austrália e era o biquini dela que fazia o bandeirinha levantar a bandeira e o juiz apitar o impedimento.

Hoje é apenas mais um dia calorento -- 40 graus na hora do almoço -- e mais um dia inapetente.

Bebel viaja para um pais quase 20 graus mais fresco.

Ela que sabe.

Eu também poderia ter sabido: Arpoador, julho ou agosto ou setembro.

Chorem por mim?

Nem um pouco.

Mas de um tudo, sim.

Santa Teresa II, A Missão

Santa Teresa

Hoje, pela falta mais absoluta do que fazer, resolvi postar umas fotos que tirei em Santa Teresa há uns anos atrás. Tudo para amenizar o preto-e-branco sem tréguas no qual vinha se convertendo este blog.