Notas Avulsas

sexta-feira, setembro 22, 2006



















essa lava até pecado...

de FredriksonStallard.

quarta-feira, setembro 20, 2006

A nostalgia...


...como dizia Simone Signoret, já não é mais o que era antes.

Portanto, resolvo hoje postar uma imagem gratuitamente prafrentex.

Em foco, alguns ítens da coleção Primavera/Verão 2007 de Gareth Pugh, na London Fashion Week.


A esmo

Isso mesmo.

Notas Avulsas cambaleava de uma coisa a outra coisa -- a seleção de '66 , a revolução da novela no texto de Bráulio Pedroso, incertezas quanto ao canal onde passava, Beto Rockefeller, e -- em meio a isso tudo -- nem tanto o Paulo José, que foi vizinho meu enquanto armei o acampamento provisório na C•rlos G••s, ali mesmo no Leblon, e sim da magnífica Dina Sfat.

Ela, talvez a mulher mais linda e incrivelmente desejável de todos os tempos desde Helena de Tróia.

Chorem, mortais.

Choro eu.

terça-feira, setembro 19, 2006


Beto Rockefeller


ou

eu que de burro achava que a Cabana do Pai Tomás era o máximo...

Com a palavra, Cristina Brandão:

"Em 1968, a TV Tupi lança a telenovela que seria um divisor de águas na teledramaturgia brasileira:"Beto Rockefeller", de Bráulio Pedroso. Criativo e ousado, o autor rompe com os diálogos formais e propõe uma narrativa de cunho coloquial, repleta de gírias e expressões populares; reproduz fatos e fofocas retiradas de notícias de revistas e jornais da época; teve a preocupação de trazer o cotidiano vivido para o vídeo e procurou escrever uma novela com proposta bem mais realista do que se costumava ver na telinha. Beto Rockefeller se distancia também do melodrama,na medida em que o ator principal ( Luís Gustavo) é um anti-herói. Um pobretão que queria subir na vida sem muito esforço, não possui dinheiro mas tem talento de enganar as pessoas. Pela primeira vez aparece na TV um herói que não era impoluto, corajoso, maravilhoso. Ao contrário, Beto era mentiroso, arrivista e carreirista."

Na foto: Leonor Bruno, Luiz Gustavo, a sempre e majestuosamente belíssima e estonteante Irene Ravache e Jofre Soares.


Sex, Drugs, and Something Faintly Resembling Rock and Roll

Well, at least drugs.

Willie Nelson -- o homem, o músico, o mito, e um dos heróis incólumes e indemovíveis do Notas Avulsas -- novamente se encontra às voltas com as forças da lei.

É que no ônibus que transportava ele e a sua banda, a polícia rodoviária em Louisiana, durante revista "rotineira" nos arredores de Lafayette, flagrou 700 gramas de maconha e mais 90 gramas de, digamos, champignons psilocibínicos. Lá dentro do ônibus.

Mr Nelson e mais quatro de seus acompanhantes foram acusados de posse de substâncias ilegais.

Seguiram viagem.

Só espero que estivessem chegando em Lafayette, e não saindo dela. Pois Lafayette -- capital informal da colônia Franco-Acadiana que lá se instalou depois da limpeza étnica promovida pelos britânicos ao conquistarem L'Acadie (atual província de New Brunswick, no Canada atlântico) dos francêses em meados do século 18 -- ainda tem a distinção de possuir uma das melhores padarias em toda a América do Norte (The Pinhook Bakery), onde ainda fazem uma baguette de comer ajoelhado quando sai fresquinha e quentinha do forno.

Para quem ainda tiver os dentes. Willie Nelson tem 73 anos. E o caçula da banda, 50. Os outros três, 54, 59 e 75.

Crazy.

Nada como a terceira-idade.

E quanto ao sexo, bem, melhor deixar pra lá.

Prova que o Peru foi descoberto por extra-planetários














(für Larissa)
Quem provou nunca esquece.

Sporting Memories

Quando a esquadria ainda era de madeira,
A tv era televisão em preto-e-branco--
Discriminação desnecessária
porque não tinha tv em outras cores—
E a Philips naquele pedestal roído desde
sua primeira estréia,
sua primeira semana
atacado, corroído pela maresia,
e a antena sempre periclitante,
o potenciômetro da vertical e,
na pior das hipóteses, a horizontal,
e acertar aquilo tudo ao mesmo tempo
pra ver Capitão Furação ou
Eu Compro Essa Mulher.

Quando tudo se acertava, desde sua primeira maresia,
Seu primeiro golpe, minha irmã querendo me encher de porrada
Só porque eu não gostava do Capitão Aza,
Ou me sacaneando porque ela muito mais velha do que eu
E não morria de medo dos Incas-Venusianos
Ou dos Seres Abissais que populavam o estranho universo
Nipo-irradiado do National Kid.

E à noite, entre confabulações secretas
da mulherada caseril--mãe, avó, cozinheira e copeira
e irmã.

Quando não era novela era coisa pior.

Pelas cortinas poeirentas daquele posto três
Onde entreouvi mamãe e avós e tias tramarem
Limpezas étnicas no meio de Copa
no meio da Copa de ‘66
Porque tinha um ponto de táxi na esquina
E motorista de táxi era sempre português

E eles tinham acabado com a carreira do Pelé
Naquele jogo em Liverpool
Ceifando-lhe (não foi isso que disseram, mas vale mesmo assim)
As pernas, a carreira, o futuro.

Pois Mamãe morreu,
Pelé ganhou a Copa do Mundo em México ‘70
Os táxis viraram fuscas
E nenhum dos capitães – Aza ou Furação – comeu
Nem a Martinha nem a Elisângela,
Mesmo que eu viesse a entreter
as mais intensas dúvidas
Quanto ao comportamento
De um playboy de capacete e óculos escuros
No meio do espaço em órbita
Ao lado de uma ninfeta sideral.

Entre mármores e cortinas eu apenas caminhava meus passos.
Uma das tias induziu o conceito de ser Fluminense.
E Vovó odiava futebol.
E Mamãe morreu antes que eu tivesse a ocasião pra perguntar
Pra ela por que e como que ela parecia ser
Tão vagamente
Botafogo.

Só resta hoje a minha irmã.
Leitora convicta de Nelson Rodrigues
que não há de se lembrar de nada disso,
julgando-me um bobo.

Quando era ela, repito,
A sem-clube, sem-estado,
Flor de outra várzea,
Totalmente Tupi
quando eu já era Globo

segunda-feira, setembro 18, 2006

A Pergunta do Momento...

Vem cá: aquele Golden Lab da Isabel, em Páginas da Vida, não é o mesmo mamífero que protagonizou o cão-de-guia do Jatobá em América?!?

Noite de domingo, depois do jogo

o desdobramento de um dia, como o desdobramento de uma noite, uma vida, um caso, um ocaso, seria apenas (e nada mais que) o abrir de uma página de um volume da biblioteca onde teu nome já vinha impresso: o meu escrito a lápis e até assim meio apagado num lapso de volúpia do próprio apagador.

** ** **

ouço a doçura da tua voz com a metade da audição tomada pela surdez
a outra metade inteira, surda de tanto ouvir, inteira pela metade

** ** **

léguas de distância, léguas do querer:
a paisagem em nossa volta empobrece
o tanto que nos resta de alma:

cai a noite, com ela a temperatura,
com ela cai a luz do dia.

** ** **

minha amada, amada minha
perdoe a repetição desnecessária
necessária apenas pela rima.

** ** **

Enquanto isso, entre o Posto 7 e 8



(foto cortesia Steve Bell, via HWV)

Andrea Andrews, where are you?

Foto Avulsa

















Vendedor de rua em Salvador

(foto cortesia Steve Bell, via HWV)

domingo, setembro 17, 2006


Remains of the Month

Hoje foi aniversário de Juan, aquele do causo com a Polícia Rodoviária na estrada de Rio a Búzios relatado aqui mês passado.

O massacre jantar foi no J*aleo, um espanhol bacana de tapas aqui em Washington.

Enumero aqui, para fins de registro, as divisões adversárias obliteradas pelos 7 comensais:

Batatas cabrales
Boquerones en vinagreta
Callos a la madrileña
Calamares a la plancha
Calamares en su tinta
Cazón en adobo frito
Caleixada de bacalao
Cetas al ajo y romero
Escalivada
Flan de berenjena
Gambas al ajillo
Costeleta de cordero
Pan con tomate y jamón serrano
E mais um peitinho de frango em molho de vinho do Porto reduzido

(obs: “callos” é dobradinha; “escalivada” são pimentões, beringela e cebola cozidas e depois vertidos em vinagrete e servidos frios.)

Tudo isso regado à sangria da casa (para os demais) e uma boa, gelada e sequíssima manzanilla "La Gitana" (para o teu correspondente.)

E com esse banquete se encerra a temporada de aniversários de setembro: eu no dia 1º, Alex (presente no jantar, mas ausente na foto) no dia 4, meu cunhado no dia 13, meu irmão no dia 16, e Juan no dia 17.

Setembro é mesmo mês de macho.